Portaria Interministerial nº 5, de 30 de novembro de 1999
(REVOGADA PELA PORTARIA 672, DE 2021)
Baixa instruções sobre a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
OS MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, DA FAZENDA E DA SAÚDE, no uso da competência que lhe confere o § 4o do art. 1º do Decreto no. 05, de 14 de janeiro de 1991,
RESOLVEM:
Art. 1o O Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, é o órgão gestor do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
Art. 2o Portaria específica do Ministério do Trabalho e Emprego determinará o modo de efetuar a adesão ao PAT (Redação dada pela Portaria Interministerial no. 70, de 22 de julho de 2008)
§ 1º (Revogado pela Portaria Interministerial no. 70, de 22 de julho de 2008)
§ 2º (Revogado pela Portaria Interministerial no. 70, de 22 de julho de 2008)
Art. 3o A adesão ao PAT poderá ser efetuada a qualquer tempo e, uma vez realizada, terá validade por prazo indeterminado, podendo ser cancelada por iniciativa da beneficiária ou pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em razão da execução inadequada do Programa (Redação dada pela Portaria Interministerial no. 70, de 22 de julho de 2008).
Parágrafo único. Excepcionalmente, para o ano 2000, a validade mencionada no caput deste Artigo será retroativa a 1o de janeiro para as empresas que aderirem ao PAT até 31 de março do mesmo ano.
Art. 4o º (Revogado pela Portaria Interministerial no. 70, de 22 de julho de 2008)
Art. 5o Os programas de alimentação do trabalhador deverão propiciar condições de avaliação do teor nutritivo da alimentação, conforme disposto no art. 3o do Decreto nº. 5, de 14 de janeiro de 1991. (redação dada pela Portaria Interministerial no. 66, de 25 de agosto de 2006.)
1º Entende‐se por alimentação saudável, o direito humano a um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos, respeitando os princípios da variedade, da moderação e do equilíbrio, dando‐se ênfase aos alimentos regionais e respeito ao seu significado socioeconômico e cultural, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional.
2º As pessoas jurídicas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador ‐ PAT, mediante prestação de serviços próprios ou de terceiros, deverão assegurar qualidade e quantidade da alimentação fornecida aos trabalhadores, de acordo com esta Portaria, cabendo‐lhes a responsabilidade de fiscalizar o disposto neste artigo.
3º Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos nesta Portaria deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e micronutrientes:
Nutrientes | Valores diários |
Valor Energético Total | 2000 calorias |
Carboidrato | 55-75% |
Proteína | 10-15% |
Gordura Total | 15-30% |
Gordura Saturada | <10% |
Fibra | >25g |
Sódio | ≤ 2400mg |
I ‐ as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de seiscentas a oitocentas calorias, admitindo‐se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total – VET de duas mil calorias por dia e deverão corresponder à faixa de 30‐ 40% (trinta a quarenta por cento) do VET diário;
II ‐ as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de trezentas a quatrocentas calorias, admitindo‐se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder à faixa de
15 ‐ 20 % (quinze a vinte por cento) do VET diário;
III ‐ as refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição de macronutrientes, fibra e sódio:
Refeições | Carboidratos(%) | Proteínas(%) | GordurasTotais (%) | GordurasSaturadas
(%) |
Fibras(g) | Sódio(mg) |
Desjejum/lanche | 60 | 15 | 25 | <10 | 4 -5 | 360-480 |
Almoço/jantar/ceia | 60 | 15 | 25 | <10 | 7 – 10 | 720-960 |
IV ‐ o percentual protéico ‐ calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por cento) e no máximo 10 % (dez por cento).
4º Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive mediante a disponibilização, em local visível ao público, de sugestão de cardápio saudável aos trabalhadores, em conformidade com o § 3° deste artigo.
5º A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios.
6º Independente da modalidade adotada para o provimento da refeição, a pessoa jurídica beneficiária poderá oferecer aos seus trabalhadores uma ou mais refeições diárias.
7º O cálculo do VET será alterado, em cumprimento às exigências laborais, em benefício da saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos de diagnóstico nutricional.
8º Quando a distribuição de gêneros alimentícios constituir benefício adicional àqueles referidos nos incisos I, II e III do § 3º deste artigo, os índices de NdPCal e percentuais de macro e micronutrientes poderão deixar de obedecer aos parâmetros determinados nesta Portaria, com exceção do sódio e das gorduras saturadas.
9º As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada avaliação nutricional periódica destes trabalhadores.
10º Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras, nas refeições principais (almoço, jantar e ceia) e pelo menos uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche).
11º As empresas fornecedoras e prestadoras de serviços de alimentação coletiva do PAT, bem como as pessoas jurídicas beneficiárias na modalidade autogestão, deverão possuir responsável técnico pela execução do programa.
12º O responsável técnico do PAT é o profissional legalmente habilitado em Nutrição, que tem por compromisso a correta execução das atividades nutricionais do programa, visando à promoção da alimentação saudável ao trabalhador.
Art. 6º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Fica revogada a Portaria Interministerial no. 03, de 11 de novembro de 1998, e outras disposições em contrário.
FRANCISCO DORNELLES
Ministro de Estado do Trabalho e Emprego
PEDRO MALAN
Ministro de Estado da Fazenda
JOSÉ SERRA
Ministro de Estado da Saúde